ABSTRACT
Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a influência de pais ou cuidadores no comportamento alimentar e estado nutricional de pessoas com deficiência intelectual. Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado em 64 adultos com deficiência intelectual de ambos os sexos atendidos em uma instituição social na zona leste de São Paulo e 64 respectivos pais ou cuidadores dessas pessoas. Foram aferidas medidas de peso e altura de todos os participantes para classificação do estado nutricional segundo índice de massa corpórea e aplicado questionário de frequência alimentar para coletar informações de frequência sobre o consumo dos mesmos. O consumo de alimentos foi reclassificado para análise em grupos segundo grau de processamento através do Guia Alimentar para a População Brasileira. Foi aplicado o Questionário de Comportamento Alimentar nos participantes com deficiência intelectual e analisado segundo categorias de interesse e desinteresse pela comida. O estudo encontrou 64,0% dos adultos com deficiência intelectual acima do peso, destes, 46,9% apresentaram pais ou cuidadores também com excesso de peso e ambos consomem com frequência alimentos ultra processados. A pesquisa revelou também que pessoas com deficiência intelectual têm maior prazer em comer. O estudo concluiu que pais e cuidadores exercem influência no comportamento alimentar e no estado nutricional de pessoas com deficiência intelectual, portanto, esses resultados sugerem que trabalhos de educação nutricional devem ser realizados em conjunto com pais e cuidadores de pessoas com deficiência intelectual, e assim, promover melhorias na qualidade de vida a longo prazo desta população. (AU)
This research aims at assessing the influence of parents and caregivers on eating behavior and nutritional status of people with intellectual disabilities. This is a cross-sectional descriptive study carried out on 64 adults with intellectual disabilities of both sexes, treated at a social institution in East Sao Paulo City, and their 64 respective parents and caregivers. All participants' weight and height measurements were taken to classify their nutritional status according to body mass index. Also a food frequency questionnaire was applied to collect information on the frequency those specific foods were consumed. Food consumption was reclassified for analysis in food groups according to the degree of processing by the Food Guide For The Brazilian Population. The eating behavior Children's Eating Behaviour Questionnaire was applied to participants with intellectual disabilities and analyzed according to categories of interest and disinterest in particular food items. The study found that 64% of the adults with intellectual disabilities were overweight; and of these, 46.9% had parents or caregivers who were also overweight and both frequently consume ultra-processed foods. The survey also revealed that people with intellectual disabilities find more pleasure in eating than those who do not have intellectual disabilities. Our study came to the conclusion that parents and caregivers have strong influence on the eating behavior and nutritional status of people with intellectual disabilities. Therefore, we suggest that a nutritional education work be carried out together with parents and caregivers of people with intellectual disabilities, thus making improvements in the long-term quality of life of this population. (AU)